Em uma fase em que o mundo está em constante luta por direitos e deveres, as pessoas estão cada vez mais com as suas pautas prontas para assim conversar, debater, trocar posicionamentos... Ouvi uma certa vez que o mundo está "sensível" a pessoa afirmou "não se pode falar mais nada" eu já entendo de outra forma, somos a geração que fala sobre tudo, damos nomes para as coisas e saímos por aí quebrando alguns tabus. Sem contar a internet que acaba potencializando tudo, apesar de dar voz para alguns idiotas... Falar sobre coisas abafadas sempre incomoda, aí as pessoas se sentem donas umas das outras e acabam falando o que dá na telha, mas graças a essa geração estamos abrindo e encontrando cada dia a sua vez de falar e colocando cada um no seu lugar.
Foi quando eu me deparei em um estado de resignar-se. Eu conheci essa palavra em uma das minhas sessões de terapia, mas agora falando das coisas da minha cabeça mesmo, que não estão muito diferentes das questões atuais do mundo, ainda me vejo dando nome para cada coisa nova e me deparo com tantas novas questões e julgamentos e as vezes eu penso "fizeram o que fizeram comigo e ainda me cobram estabilidade e normalidade" no final deste pensamento eu faço uma careta e depois volto ao meu estado normal de ser e tentar levar uma vida no mínimo digna, para não ser daquelas mulheres cheia de motivos e cheia de passado.
Unindo essas questões do mundo, da minha cabeça e das pessoas, vinha pensando um milhão de coisas do tipo "não há o que fazer" e sempre me deparava com uma resposta que era, respeito. Mas ainda não me era suficiente o respeito como definição para tanto, pois veja, situações desconfortáveis que tem nome que vez a afeta você e vez afeta o outro é uma resignação, ou seja, conviver ou aceitar situações desconfortáveis por não poder muda-las. Eu me vi carregando a aceitação e a resistência dentro do coração não me pergunte como isso faz sentido e como dá certo porque eu não sei.
O lugar que eu mais me sinto poderosa não é com um coturno preto da AREZZO, um cabelo definido e um cílio lindamente gigante, sim essas coisas me fazem bem, mas eu me vejo grande e potente escrevendo. É neste lugar em que eu crio as melhores ou piores pautas possíveis, e neste lugar que ninguém está olhando que eu me recomponho e me encontro.
Eu fico me perguntando se algumas coisas são erradas ou eu que ouvi durante muito tempo de uns homens que era errado, então um padrão foi criado, e eu odeio padrões que nos violam psicologicamente e nos deixam sem direito de escolha, falam muito de liberdade mas só lembrando que ser livre é poder escolher o que se quer, e eu me sinto as vezes com a mente vasculhada, sinto raiva e depois sinto calma, venho para os meus textos que como eu falei é o lugar que mais sou braba!
As nossas lutas nos definem, mostram para o mundo quem nós somos, e as vezes sou a Bruna que lutou contra algumas doenças, as vezes a filha do pastor pura e santa da igreja, outras a pecadora divorciada que abriu mão da família e em outras a que luta e defende causas importantes para as pessoas como o feminismo, abuso, fome e doação de sangue. Sem falar que sou fotógrafa na maioria das vezes, não que todas essas opiniões me definam, mas como eu escrevi, quando você luta muito por uma causa por mais que seja pessoal, você será conhecido e definido por essa causa. Eu não me sinto confortável com "rótulos" pois eles nos limitam somente a aquela coisa, e sempre podemos ser mais, sempre dá pra voar mais e falando a verdade eu nunca pensei muito, quando vejo já estou lutando já estou fazendo já estou escrevendo...
Me encontro hoje no conforto da resignação. Ainda sem encontrar uma divisão entre o direito de ser e o "mimimi" de falar e falar, mas em um mundo aonde tantos não encontraram o seu lugar, traz paz estar repouso em algum lugar, mesmo que esse lugar seja aceitação/resistência.
Eu quero terminar este texto na calmaria, eu achei ele meio afrontoso rsrsrs Sempre volto, sempre sou confrontada pelo amor. Que muitas vezes é taxado de inútil porque algumas pessoas não sabem usa-lo.
Acredito na força da decisão de fazer ao outro aquilo que você gostaria e fizessem com você, acredito que você pode declarar amor ainda com raiva. Amor é atitude e para alcançar esse entendimento é necessário perseverança o dia ruim chega e a decisão de amar e ser amor precisa estar intacta. A minha melhor escolha dos últimos tempos foi o amor próprio, um amor persistente, um amor prático do dia a dia, que me acolhe me ensina e me faz expandir.