Me peguei ansiosa do nada a respeito de uma questão que parece simples de lidar e resolver, pois nos dias de hoje falamos tanto em solitude, falamos tanto em amor próprio e esse excesso de "tanto" me bugou de alguma forma. Eu quero que isso fique sólido dentro de mim mas assumo que estou curtindo cada onda desse processo.

Estou tão bem comigo mesma que fico só me admirando, outro dia eu passei um batom vermelho na frente do espelho, fiquei me olhando e dei um beijo no espelho, isso que eu chamo de amor próprio! E até hoje não limpei a marca de batom. Numa conversa com a minha amiga eu assumi: "isso me assusta, as vezes sinto medo!"

Eu fico pensando a longo prazo sabe? E se eu não conseguir nutrir mais sentimentos por ninguém e se esse for meu lugar de conforto? Vou usar o mantra do "tá tudo bem"

Outro dia ouvi do meu irmão que eu só preciso de mim, que eu me basto e isso é lindo! Mas eu me pego na linha tênue entre a razão e a emoção, entre ser eu comigo mesma e entre ser eu com alguém, entre estar com alguém e ser eu e estar com alguém...

Eu repito, relacionamento é missão, eu tenho lugar de fala nesse lugar! Contando dos meus 18 até os 33, eu estive comprometida em total monogamia, sendo namoradinha e cumprindo todos os costumes de uma relação, e não tenho saudade apesar de não me envergonhar desse tempo.

Eu te pergunto, é frieza ou amor próprio? Essa dúvida me assusta. Não que eu esteja objetificando pessoas. Mas não preciso delas neste momento. Eu falo sozinha em casa e vez ou outra tem contatinho e tals. Esse é o novo normal então? Estar no pagode e cantar para o Universo porque não gosto de ninguém.

Um fato engraçado, mas assustador assumir isso, eu sou foda o suficiente para bancar essa verdade? Quanto mais isso fica claro em mim mais conforto eu sinto, e essa luz vem dizendo quem eu sou e vai iluminando o caminho. Um paradoxo sem fim mas cheio de paz, vai entender...

Eu me vi paralisada nesta noite pensando nisso, com a casa uma zona e sem ninguém pra reparar na zona e no meu pijama feio.

A sensação da musica do Charlie Brown, vivendo o que "só os loucos sabem" Entregando tudo e fazendo de tudo pra viver muito até morrer. Vou confessar, as vezes é como se eu pegasse um questionário com todas as respostas erradas marcadas em vermelho, e automaticamente entendesse que o certo a fazer está claro, mas assim se aprende alguma coisa?

Que bom que as coisas não são definitivas e eu me respondo assim, sigo mudando e amando minhas varias versões e a minha capacidade de continuar. É bem pretencioso da minha parte achar que será assim pra sempre isso não tem a menor graça!

É isso, vivendo cada dia um pouco de cada coisa pois o amor e a dor me transformaram demais até aqui, por isso neste momento vou seguindo a intuição mesmo. E por falar em amor, como é potente os lugares que ele está!