Eu estava com bloqueio de escritora por causa dos meus gatilhos, e só confesso isso abertamente pois eu acho chique essa coisa toda. Não os gatilhos, mas a parada de bloqueio na escrita. Isso é uma coisa chique de se confessar.
Tinha até uns textos parados tão cheios de conteúdo mas não me cabia mais, era na verdade as páginas pretas do diário.
Foi quando eu recebi uma ligação, e na tela do celular estava escrito "Painho" eu atendi a ligação e ele veio logo perguntando: "Como você está e o que está acontecendo?"
Atualizamos os babados e as fofocas e no meio da conversa ele solta: "Vocês filhos estão em uma idade que não me escutam mais, não gostam de ouvir, vocês fazem o que querem..." Eu juro que achei a fala tão satisfatória! Pelo tom de voz que ele falava, manso, calmo e decepcionado, pelo fato de ser verdade mesmo, sim os filhos cresceram! E por essas duas verdades não me causarem novos gatilhos...
Foi quando eu tive vontade de escrever de novo e falar do novo. E sigo afirmando que a expectativa é a mãe da merda, e eu sou especialista em me iludir e criar novas nuances na minha mente. Eu gosto quando a Maria Bethânia diz que prefere viver com alguns delírios na mente, pois a realidade da vida é muito demais pra ela. Pois bem eu sempre escolho me iludir, há quem julgue há quem faça igual.
A novidade do momento é a solitude e as luzes amarelas que eu pendurei no apartamento todo, inclusive divido ele só com as plantas. Mas quase sempre tem amigues por perto, e eu estou amando.
Em resumo, a delícia que é viver assim e a responsabilidade que traz tem a mesma proporção. Às vezes eu queria só ser filha e ter preocupação de filha, é muita missão ser adulto, mas como já escrevi "os filhos crescem" e fazem filhos tbm é um ciclo sem fim como diz o Rei Leão.
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Era o último dia de Carnaval e estava garoando, eu me vi sentada no corredor do condomínio e sentia a chuva cair na minha testa enquanto eu olhava para o céu feio de SP. No celular minha amiga Agnes esperando notícias e eu só fiquei ali por uns bons minutos pensando em todo aquele furacão. Eu vi o dia clareando nessa madrugada e na manhã do dia seguinte a primeira pessoa que eu vi da minha família foi a Bru... O pensamento que ficou na minha cabeça aquele dia todo era: "isso é real mesmo?"
Todas as vezes que eu pensei que não daria, deu! E deu muito certo... Hoje eu só penso que dará certo. Ou eu faço dar certo ou ressignifico o que deu errado.
Não vou usar a vaidade da mentira e me esconder, vou confessar que doeu! Doeu muito alias. Me vi de novo em uma dor profunda, um céu escurão, um coração acelerado e uma porção de coisas pra resolver... E me pergunto, qual o direito as pessoas têm de ferir e magoar o outro?
Eu fiz escolhas e a vida tendenciosa me atropelou e eu xoxa capenga e manca juntei os cacos e recomecei de novo. E sim estou solteira. Ops! Solteira não, ALEGRE! Como diz a Ivete, e nem é um texto sobre solteirice e na real entenda como você quiser... Mas sabe qual é o verdadeiro conceito disso? Ninguém tem direito de dizer o seu limite pois nem você sabe até onde é, até que precise usá- lo. Eu precisei usar de novo e tirei 10. Eu me dei 10. No final de tudo, quem sente as paradas é você, mesmo tendo alguém segurando a sua mão
Uma vida diferenciada como diz meu irmão Fá, tem lá suas peculiaridades...
Sigo emocionada e sentindo todas as vibrações possíveis do universo, e ainda acho que o melhor lugar do mundo é dentro de um abraço.
Estou felizona em conseguir escrever de novo, tudo bem que essa coisa de blog fez sucesso em 2012 mas eu sou uma mulher vintage e que ama fazer sua própria tendência.
É isso.
Um texto novo meio que aleatório meio que com notícias, meio que sem fim. Estou sendo o melhor que consigo ser, essa sensação é bem boa de sentir...
FOTO: Jade Felix @jadefelixfoto