Começo escrevendo sentada no meu sofá ouvindo a playlist da minha mãe, enquanto na outra pagina do computador está exportando algumas fotos de mais um trabalho que eu finalizei. E hoje eu discuti com uma pessoa da família sobre um assunto dolorido que o tempo resolveu pra nós, o tempo colocou panos quentes, o tempo suavizou um assunto que já doeu muito. Aprendemos a lidar e fim.

Depois eu fiquei refletindo sobre o que eu falei naquela conversa calorosa e pelo o que eu estava brigando e defendendo. Me peguei navegando de novo no amor, eu estava embrulhada de raiva pelo amor que não foi me dado, pelo amor que foi me entregue e eu não soube receber e interpretar, sobre o amor que o outro sente que não está na minha alçada e a maneira que o outro demonstra amar que também não é da minha conta e nunca conseguirei controlar por isso que eu julgo. Eu preciso ter participação nesse negócio nem se for pra julgar mesmo. Aquela discussão nada mais era sobre o amor. E agora falando de mim, eu estava me defendendo, estava sentindo amor proprio, um amor que ainda estou aprendendo a lidar, tenho certeza que me custou muito até aqui mas sinto paz em sentir.

Tenho trabalhado esse amor próprio do meu jeitinho, sendo carinhosa comigo, sendo um lugar seguro pra voltar depois de um dia difícil, desfrutando do prazer de dizer não, às vezes querendo ser desimportante mesmo e escolhendo as minhas guerras...

Tenho pra mim que já senti na vida aquele amor romântico de querer viver e morrer ao lado da pessoa, aquele amor de querer revelar várias fotos e fazer um álbum e as outras fotos espalhar pela casa em porta retratos, tão bonito que você quer falar e ensinar sobre, uma sensação boa que você deseja que todos sintam pelo menos uma vez na vida, o recíproco aquele da música Amanhecer do BK, família e churrasco no quintal, de sonhar planos que não vão acontecer mas como é bom sonhar com a pessoa, você acaba sonhando mesmo e independente disso a pessoa estará lá com você, vivendo o sonho ou qualquer outro perrengue. Tenho a sensação que esse amor eu já entreguei pra alguém e na minha cabeça vivi com esse alguém parte desse amor que foi gigante um dia...

Fui ler o que escrevi até aqui, e me pareceu um pouco que eu tenho saudade da pessoa mas não é a pessoa que amei, o assunto nem é ele mas sim o que eu senti as minhas sensações e perspectiva sobre o amor e a decisão de crescer em amor, em amar.

Sinto uma paz tremenda em não viver um amor romântico agora, pois eu sei que o dia que isso acontecer de novo, serei intensa e justa de novo. Enquanto isso eu cultivo com toda a minha dedicação outros tipos de amores que atualmente tem me lembrado todos os dias quem eu sou, o amor das minha amigas por exemplo me cura e me diverte só de ler a resenha no grupo. O romance não está em um lugar importante na minha vida hoje, eu confesso.

Durante aquela discussão pensei em tudo isso, chorei quente meu rosto queimava, sozinha em casa eu repetia em voz alta: "Mas que audácia!"  fui muita "braba" nos meus argumentos e nem quero saber se estou certa, foi aliviador falar tudo aquilo, é sobre os alívios da vida. Me acessar dessa forma falando de um assunto que o tempo resolveu, fui obrigada a impor limites e tenho certeza que ganhei cabelo branco e ruga na cara só por esse estresse.

Não existe certo ou errado. Existe a verdade de cada um. E essa verdade precisa nos bastar! Se tudo der errado pelo menos ou pelo mais você foi de verdade e usou as ferramentas que você tinha pra lidar naquele momento. Futuramente falando, se não acontecer o esperado, é bem mais fácil lidar com uma verdade difícil do que uma mentira super fácil.

Não sou uma pessoa fácil e às vezes na defensiva demais, essa é a principal característica de quem já viveu muitos altos e baixos, eu me perdoou por isso não vou ser horrível comigo, não mais! Chega estou escrevendo essa última parte suspirando de alívio e força, sabe aquele suspiro longo de encher o pulmão e soltar tudo devagarinho? Então, esse mesmo...